Entretanto, no Porto, continuavam as negociações no sentido de dar à cidade o que desde há muito era uma aspiração – um aeroporto. Em 20 de Março de 1935, desapareceu o Núcleo do Norte do Aero Clube de Portugal. No dia imediato, graças à acção de um grupo de entusiastas, teve a sua fundação o Aero Clube do Porto. Empenharam-se em dar realização à obra que havia sido iniciada pelo extinto Núcleo do Norte. Em 1937 foi criada uma comissão que viria a chamar-se: “Comissão da Iniciativa do Aeródromo” integrada por várias personalidades das quais destacamos o nome do Capitão Oliva Teles.
Já sabemos que a população de Espinho cedo despertou para a actividade aeronáutica. O Campo de Aviação de Espinho encontrava-se desactivado havia três anos, mas não serviu de motivo de desinteresse, antes pelo contrário, o gosto das pessoas subsistiu e então foi assim…
A 4 de Setembro de 1933 nascia em Anta – Espinho um indivíduo do século masculino a quem foi atribuído o nome de António da Silva Alves.
António da Silva Alves foi, na sua juventude, estudante da Faculdade de Economia do Porto, tendo mais tarde sido incorporado na Força Aérea Portuguesa onde foi alferes piloto aviador (consta-se que terá atingido a patente de 1º.Sargento; o facto de ter sido conhecido no meio espinhense pelo -“capitão”, ao que apurámos, nada teve que ver com a sua patente na Força Aérea). Foi brevetado pela Aeronáutica Militar em 31 de Outubro de 1953, mais tarde possuidor do certificado de piloto aviador civil nº. 971. Por força da sua dedicação à aeronáutica era sócio do Aero Clube do Porto, ao qual permaneceu ligado pelo menos até 1958, ano em que começaram a constatar-se algumas incompatibilidades no seio do Aero Clube do Porto. António da Silva Alves e João Quinta tinham em mente, desde há muito, formar um aero clube em Espinho, para o que apenas era necessário reunir as condições para transformar a sua ideia em obra. Tiveram lugar uma série de contactos com o Aero Clube de Portugal, nos quais participou Manuel Vieira da Cruz, na altura a colaborar na manutenção dos aviões do referido clube.
Estávamos no ano de 1958. No café Moderno em Espinho, encontrava-se regularmente uma tertúlia que (mais tarde passaram a encontrar-se no café Nery), num determinado dia, era formada pelos seguintes amigos: António da Silva Alves, João J. A. Oliveira Quinta, Manuel Augusto Sousa Pereira. Nesse dia o tema central da conversa assentou no apoio à ideia do António S. Alves e do João Quinta de ser constituído um clube vocacionado para as actividades aeronáuticas. Dos presentes no encontro, apenas o António S. Alves era piloto e por isso, ninguém melhor que ele, mentor da ideia e ligado à aviação militar, para avançar com o processo contando com a preciosa ajuda de outros elementos que se juntaram ao grupo. O António S. Alves e o João Quinta enveredaram pela ligação às pessoas adequadas para darem início ao projecto e, foi assim, que reclamaram para seus colaboradores os seguintes elementos: Arquitecto Jerónimo Ferreira Reis e Artur Dias Cruz. Estava constituído o “grupo dos quatro” espinhenses que fizeram arrancar o Aero Clube da Costa Verde, conjuntamente com um outro elemento, este do Porto, cuja colaboração foi solicitada – Guilherme Corte-Real.
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